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sábado, 24 de novembro de 2012

Pode estar acabando o chocolate no mundo !


Aproveite enquanto é tempo
Fato: a demanda por chocolate é muito maior que a quantidade de cacau cultivada no planeta. O mundo por trás das barrinhas deliciosas que compramos na padaria, no supermercado e até na drogaria da esquina está crise. Séria.
A começar pela própria planta, que não cresce em qualquer lugar, apenas em regiões quentes que estejam entre os 10 graus de latitude ao norte e ao sul do Equador. Outro problema grande é que, apesar de países como o Brasil e México também plantarem cacau, as três nações que lideram a produção sofrem com guerras-civis e desastres naturais: os africanos Costa do Marfim (líder na produção de cacau, 46% de sua população possui até 14 anos) e Gana (2º maior produtor da fruta, a expectativa de vida é de 56 anos) e a Indonésia (atingido pelo Tsunami de 2004) na Oceania.
Além de problemas externos à plantação de cacau em si, há os agravantes estruturais: o solo nesta região da África está empobrecido e os trabalhadores das fazendas recebem apenas 3 centavos de dólar por cada barra de 60 centavos vendida na Inglaterra. O cultivo de cacau é difícil e não compensa por tão pouco salário: as árvores eventualmente morrem e, para escapar das pragas que mataram as árvores, é preciso mudar-se para outra área de floresta, plantar novos cacaueiros e esperar cinco anos até que frutifiquem. Devastação á vista.
Os filhos dos trabalhadores das fazendas de cacau estão desestimulados a seguir a profissão dos pais – não sem razão – e têm migrado continuamente para as cidades em busca de melhores empregos e condições de vida. Quem fica, acaba por mudar de ramo e cultivar plantas mais rentáveis, como a palma, utilizada para fabricação de biocombustíveis.
Quer mais? O número de apreciadores de chocolate está crescendo, devido à expansão de mercado para países onde tradicionalmente não se consome chocolate: Índia e China – os dois países mais populosos do mundo.
Como lidar com tudo isso e evitar a extinção total do chocolate?
Pesquisadores estão desenvolvendo cacaueiros que consigam crescer em regiões mais frias e iniciativas para aumentar o pagamento dos produtores de cacau também estão feitas, mas ainda de forma tímida.
É possível “salvar” o chocolate, mas isso vai encarecer o seu preço até ele voltar a ser uma iguaria como era na época do descobrimento da América: para poucos, a preço de ouro.

(Superinteressante)

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Filtro Solar - Pedro Bial



Senhoras e senhores da turma de 2003:
Filtro solar!
Nunca deixem de usar o filtro solar
Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta:
Usem o filtro solar!
Os benefícios a longo prazo
Do uso de filtro solar estão provados
E comprovados pela ciência
Já o resto de meus conselhos
Não tem outra base confiável
Além de minha própria experiência errante
Mas agora eu vou compartilhar
Esses conselhos com vocês...
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude.
Ou, então, esquece...
Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas pode crer, daqui a vinte anos você vai evocar as suas fotos
E perceber de um jeito que você nem desconfia, hoje em dia, quantas, tantas alternativas se escancaravam a sua frente
E como você realmente tava com tudo encima
Você não tá gordo, ou gorda
Não se preocupe com o futuro.
Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que preocupação
É tão eficaz quanto mascar chiclete
Para tentar resolver uma equação de álgebra.
As encrencas de verdade da sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada
E te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de um terça-feira modorrenta
Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.
Cante.
Não seja leviano com o coração dos outros.
Não ature gente de coração leviano.
Use fio dental.
Não perca tempo com inveja.
Às vezes se está por cima,
Às vezes por baixo.
A peleja é longa e, no fim,
É só você contra você mesmo.
Não esqueça os elogios que receber.
Esqueça as ofensas.
Se conseguir isso, me ensine.
Guarde as antigas cartas de amor.
Jogue fora os extratos bancários velhos.
Estique-se.
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida.
As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam,
Aos 22, o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem.
Tome bastante cálcio.
Seja cuidadoso com os joelhos.
Você vai sentir falta deles.
Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos 40, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.
Faça o que fizer, não se auto congratule demais, nem seja severo demais com você.
As Suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo, é assim pra todo mundo.
Desfrute de seu corpo, use-o de toda maneira que puder, mesmo!
Não tenha medo do seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele
É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.
Dance! Mesmo que não tenha aonde além de seu próprio quarto.
Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.
Não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se achar feio!

Dedique-se a conhecer os seus pais.
É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.
Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado
E possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.
Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons.
Esforce-se de verdade pra diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida.
Porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem
More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.
More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.
Viaje.
Aceite certas verdades inescapáveis: os preços vão subir, os políticos vão saracotear, você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer..
Você vai fantasiar que quando era jovem os preços eram razuáveis,
Os políticos eram decentes
E as crinanças respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos. E não espere que ninguém segure a sua barra.
Talvez você arrume uma boa aposentadoria privada,
Talvez case com um bom partido, mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.
Não mexa demais nos cabelos, senão quando você chegar aos 40, vai aparentar 85.
Cuidado com os conselhos que comprar,
Mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia.
Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo,
Repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

O que é a obsolescência programada ?


  Você sabe o que é Obsolescência Programada? Claro que sabe! Lembra daquele guarda chuva que você acabou de comprar e já quebrou? Sabe aquele computador que já ficou ultrapassado? E então o celular que você comprou a pouco tempo e já parece estar fora de moda? Viu! Você sabe muito bem o que é Obsolescência Programada. Mas para reforçar o conceito, segue abaixo uma definição:
  “Obsolescência programada é o nome dado à vida curta de um bem ou produto projetado de forma que sua durabilidade ou funcionamento se dê apenas por um período reduzido.” (Fonte: Wikipédia)
  Na prática podemos dizer que Obsolescência Programada é um desrespeito com o consumidor, com o planeta e com a economia. Pois nos faz comprar o que não precisamos para alimentar uma pseudo economia sustentável. Não pense você que esse tema é algo novo. Não, não… é um estratégia que surgiu em 1920 e teve o seu estopim em 1929 – lembrou de algo? Sim, a crise de 1929 ou também conhecida como a Grande Depressão, foi o pior momento econômico de todo o século XX. E para “tapar” o buraco a Matrix (leia-se o sistema capitalista) teve a grande ideia de criar uma fórmula mágica para acabar com o desemprego e miséria. Alguém parou e pensou:
  Se todos os produtos tivessem uma vida útil menor, logo as pessoas precisariam consumir mais. É sabido que o consumo gera emprego e emprego alimenta o crédito e faz a economia girar.
  E foi assim que tudo começou, uma medida que “salvou” a economia da época e que se tornou um problema para o planeta nos dias de hoje. Pense! Se você troca de celular uma vez por ano significa que você é um produtor de lixo tecnológico. Já ouviu aquele bordão “As coisas não duram mais como antigamente”? Pois então. Não duram mesmo, pois não foram feitas para durarem. Mas esse não é o único vilão, pois algumas coisas duram e nós que as descartamos. Hoje temos diversas formas de obsolescência, são elas:

 • Obsolescência Programada: é aquela onde o fabricante, bem sacana, desenvolve um produto para que quebre depois de um certo tempo de uso. Exemplos já comprovados: impressoras e lâmpadas (veja o documentário ao final do post).

 • Obsolescência Percebida: essa tem como maior culpada a Propaganda. Pois, nesse caso, sentimos a necessidade de comprar um novo produto, mesmo que o nosso produto atual atenda a todas as nossas necessidades fundamentais. Esse é o caso dos smartphones onde o fabricantes inovam muito pouco e fazem barulho na mídia reinventando a roda.

  • Obsolescência Funcional: essa aqui pode ser legítima ou induzida. Ou seja, é legítima quando uma tecnologia é descoberta e você decide por comprar um produto mais moderno. E julgo induzida para o caso dos computadores que avançam de forma que as peças novas não sejam compatíveis com as antigas e você tenha sempre que comprar um computador novo.

  Conclusão: esse sistema é falho pois nos induz ao consumismo desacerbado e contribui para criarmos lixo tecnológico, tóxico e de todos os tipos. Esse problema já é bem grave em países da África, que recebem pilhas de lixo diariamente. É um caso típico de empurrar a sujeira para debaixo do tapete. Por isso, faço um apelo a você leitor. Pense bem antes de sair comprando produtos por modismo. Tenha discernimento na hora de comprar e privilegie empresas que fabricam produtos duráveis (pesquise avaliações de usuários no Google, nada melhor do que a opinião de quem já utilizou o produto). Seja consciente pois se você alimentar esse sistema além de o planeta ser prejudicado você terá que ficar gastando a sua grana comprando produtos novos sempre. E não é nenhum segredo que os fabricantes, muitas vezes, já possuem uma tecnologia nova, porém esperam a gente comprar a velha para depois lançar a nova e a gente comprar de novo.

Sinta-se em casa para discutir o tema abaixo nos comentários!

sábado, 10 de novembro de 2012

A internet nos torna mais inteligentes ou mais burros?

 

  Será que o acesso constante à internet vai tornar os jovens de hoje mais brilhantes ou mais burros? Uma nova enquete de opinião descobriu que os especialistas em tecnologia acreditam que a resposta é “todas as alternativas anteriores”.
  De acordo com a nova pesquisa, que incluiu 1.021 especialistas e críticos de tecnologia, a hiperconectividade é uma boa mistura. 50% dos entrevistados concordaram que a internet é um local que estimula vários talentos e a habilidade de encontrar informação de relevância online. Mas 42% acredita que a hiperconectividade deixa o cérebro raso, com uma dependência da internet e dos serviços móveis.
“Períodos de atenção curta, resultado de interações rápidas, vão vir em detrimento do foco nos problemas maiores, e provavelmente vamos ver uma estagnação em muitas áreas: tecnologia, e até elementos sociais, como a literatura”, afirma Alvaro Retana, da HP. “As pessoas que vão liderar o avanço serão as que conseguirem se desconectar e focar”.

  Previões péssimas:

  De acordo com Universisdade Elon e o Projeto Pew, que conduziram o estudo, a divisão entre os especialistas tecnológicos é perto de 50/50%. Muitos dos que responderam que a geração Y da internet tem vantagem mental temperaram essa opinião com avisos sobre o lado negro desse excesso de conectividade.
  “Enquanto eles disseram que o acesso às pessoas e à informação aumentou intensamente com a era da internet móvel, eles adicionaram que já estão percebendo deficiências na habilidade de foco de atenção dos jovens, de ser paciente e de pensar profundamente”, afirma Janna Anderson, da Elon. “Alguns expressaram preocupações de que as modas estão levando a um futuro onde as pessoas serão consumidores rasos de informação, e muitos mencionaram o livro de George Orwell, ‘1984’”.
  O livro citado descreve uma sociedade onde a informação é completamente controlada. Um dos que citaram o livro foi Paul Gardner-Stephen, da Universidade de Flinders.
“Poderes centralizados que podem controlar o acesso à internet conseguirão controlar muito as gerações futuras”, afirma Gardner-Stephen. “Será muito parecido com o ‘1984’, onde o controle foi atingido usando a linguagem para limitar e delimitar o pensamento, então os regimes futuros podem usar o acesso à internet para controlar o pensamento”.

  Otimismo online

  Muitos especialistas comentaram os talentos necessários para navegar na internet, e sugeriram que as pessoas que cresceram conectados vão se destacar.
“Não há dúvida de que o cérebro está sendo religado”, afirma Danah Boyd, pesquisadora da Microsoft.   “As técnicas e mecanismos para entrar no sistema de atenção rápida serão muito úteis para as pessoas criativas”.
  Outros especialistas afirmam que o uso da internet é como um “cérebro externo”, onde os fatos são armazenados, liberando espaço mental que vai além da memorização.
  “A tomada de lugar da memorização pela análise será o grande boom da sociedade”, afirma Paul Jones, um especialista em novas mídias da Universidade da Carolina do Norte.
  Mesmo que existam algumas diferenças de opinião entre os benefícios e os custos do aumento da importância da internet, os especialistas concordam que certas habilidades e talentos serão importantes para as gerações futuras. Entre elas estão: a habilidade de cooperação para resolver problemas; a de pesquisas efetivas por informação; a de sintetizar informações de várias fontes; a de se concentrar; e a de filtrar a informação útil do “ruído” da internet.
  “Existe uma preocupação palpável entre esses especialistas de que as novas divisões sociais e econômicas vão emergir entre aqueles que são motivados e ao mesmo tempo entendem das novas mídias”, afirma o coautor do estudo, Lee Rainie, deretor do Projeto Pew. “Eles pedem por uma reinvenção da educação púclica para ensinar essas habilidades e evitar os problemas de um estilo de vida hiperconectado”. [LiveScience]

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

INAUGURADA A TEMPORADA DE CAÇA AO PETRÓLEO BRASILEIRO

Por Paulo Metri, veiculado pelo “Correio da Cidadania”

   “Nos dias atuais, proliferam veículos, na mídia brasileira, que utilizam a desinformação. Como exemplo, surgem artigos, editoriais, notícias e entrevistas dizendo que 'as rodadas de leilão de áreas para produzir petróleo devem ser realizadas', 'a Petrobras não tem capacidade para explorar sozinha o Pré-Sal devido a suas limitações financeira, gerencial e tecnológica' e, para “ajudar o Brasil” a vencer essa dificuldade, 'as empresas petrolíferas estrangeiras precisam ser convidadas'.
   Nessas mensagens [afirmam que], para atraí-las, é necessário que as concessões do Pré-Sal sejam firmadas sob as regras da [dadivosa para estrangeiros] lei nº 9.478 [de FHC/PSDB/DEM], o que significa revogar no Congresso a lei 12.351 [de 2010], recém-aprovada, devolvendo o Pré-Sal à antiga lei 9.478 [de FHC].
   Trata-se de arrogância sem igual, típica de quem se acha imbatível. Para tentar convencer os leitores ou espectadores, supondo todos desatentos, lançou-se mão de inverdades, acreditando que ninguém vai contestar um grande jornal, revista semanal, rádio ou televisão. Arquitetaram, com grande esmero, o que pode ser chamado de a “temporada de caça ao petróleo brasileiro”. Felizmente, existem alguns sites, blogs e veículos digitais que estão dispostos a conscientizar a população e publicam novos dados e análises.
   Contudo, a mídia do capital, aquela que não prioriza a sociedade [nacional], às vezes comete erros, por partir do princípio de que o povo tem um baixo nível de compreensão política. Durante dez anos seguidos (de 1999 a 2008), existiram rodadas de leilões de áreas para exploração de petróleo. Nunca trouxeram para seus veículos uma voz que advogasse a não realização dessas rodadas. Em compensação, disseminaram matérias contando as supostas 'maravilhas das rodadas'. Os leitores ou espectadores atentos devem pensar: “Que estranho insistirem tanto em um mesmo ponto!”.
   Neste instante, eles querem ter acesso a algo, não necessariamente divergente, mas com diferente ângulo de visão, e não encontram, porque essas matérias só existem na imprensa alternativa. Mais cedo ou mais tarde, eles conhecerão os veículos livres, comprometidos com as causas sociais, e entenderão que a grande mídia é um braço camuflado do capital, principalmente o internacional.
   Na atual temporada de caça ao nosso petróleo, inúmeras matérias de comunicação satisfazem, sem serem explícitas, aos interesses estrangeiros sobre nosso petróleo. Se fosse rebater cada material divulgado, este artigo iria ficar longo e cansativo; então, comento a seguir as principais acusações dos detratores.
   Começo pela que diz que, "depois da descoberta do Pré-Sal, o Brasil, em vez de começar a exportar petróleo, está se distanciando da autossuficiência". Para explicar o que ocorre, é preciso desenvolver um raciocínio preliminar.
   A velocidade que o governo brasileiro impôs à exploração no setor de petróleo, com uma rodada de leilões por ano, de 1999 até 2008, foi do interesse único das empresas estrangeiras, que não têm petróleo em seus países de origem, e dos países desenvolvidos, que precisam do petróleo para mover suas economias. Se não forçassem a Petrobras a ter que participar de tantos leilões, mais recursos sobrariam para o desenvolvimento de campos e a autossuficiência estaria garantida há mais tempo. Por outro lado, em cada leilão que a Petrobras não participa e não ganha, há uma perda enorme para o país. Além disso, é preciso saber que, entre a declaração de comercialidade de um campo marítimo e o início da sua produção, são necessários, em média, cinco anos.
   Entretanto, estamos hoje bem próximos da autossuficiência, o que não ocorreria, com absoluta certeza, se em 1953 [com Getúlio Vargas] o projeto de interesse das petrolíferas estrangeiras tivesse sido aprovado. No nosso país, hoje, não existiria a Petrobras e a produção nacional seria mínima. As empresas estrangeiras não iriam para a plataforma continental quando a Petrobras foi, em 1974, pois a lógica do capital as levaria para a Arábia Saudita, o Iraque, o Cazaquistão e outros lugares promissores para o petróleo, como de fato ocorreu. Também, certamente ninguém saberia, hoje, da existência do Pré-Sal.
   É interessante que não se conta, para garantir a autossuficiência, com o petróleo produzido no país pelas empresas estrangeiras. De forma pouco soberana, raciocina-se que esse petróleo é delas e elas não têm a obrigação de abastecer o Brasil. Essa falta de lógica social é resguardada pela [antinacional] lei 9.478 de 1997 [de FHC/PSDB/DEM] e é parte do pensamento subserviente da década de 1990, que imaginava o Brasil como economia complementar à dos desenvolvidos, mero exportador de minerais e produtos agrícolas.
   Como boas críticas neoliberais, as matérias lembram sempre "os prejuízos da Petrobras no segundo trimestre de 2012". Ela teve prejuízo porque o governo determinou que segurasse o preço dos derivados, uma vez que os aumentos desses preços repercutem muito no índice de inflação. Não se pode beneficiar o cidadão brasileiro em detrimento dos dividendos maravilhosos que seriam dados aos acionistas? Não se pode fazer isso eternamente, mas, de vez em quando, se pode. Além disso, os acionistas [muitos estrangeiros] não vão ficar sem dividendos. Só não vão ter aqueles maravilhosos.
   Acusam gratuitamente as mudanças do setor porque "modificaram o sistema de royalties", fato catastrófico, porque desencadeou no Congresso disputa entre os parlamentares dos diferentes estados sobre a distribuição dos mesmos. É verdade que discutir o sistema de royalties foi catastrófico, mas o que os autores não percebem é que, mesmo que a lei 9.478 [de FHC] fosse utilizada para o Pré-Sal, os parlamentares iriam querer modificar seus artigos que estabelecem a distribuição dos royalties arrecadados. O que atraiu esses parlamentares a buscarem mudar essa distribuição foi a perspectiva de arrecadações milionárias desse tributo, quando o Pré-Sal entrasse em operação.
   Criticam a lei 12.351 [de 2010] por atribuir à Petrobras participação obrigatória de 30% em cada consórcio e por essa empresa ser a operadora única dos novos contratos do Pré-Sal, determinações essas que “seriam desnecessárias”, além de outros adjetivos pesados. Assim, transmitem a visão que nos desejam impingir, a qual favorece as empresas estrangeiras.
   A Petrobras ser a operadora dos consórcios é primordial, pois quem compra bens e serviços para as fases de exploração, desenvolvimento e produção é a operadora. E, dentre as empresas que atuam no Brasil, só a Petrobras compra aqui. As empresas estrangeiras ganharam áreas para explorar petróleo desde 1999 e, até hoje, 14 anos depois, nenhuma delas comprou uma plataforma no Brasil. Os 30% são explicados porque nenhuma empresa consegue ser a operadora com menos de 30% de participação no consórcio.
   Criar nova empresa estatal para gerir o programa, que também é motivo de crítica, é na verdade muito importante para, dentre outros objetivos, fiscalizar as contas de todos os consórcios.
   Finalizando: Os autores invariavelmente criticam o governo por procurar "viabilizar uma exploração do Pré-Sal que visa satisfazer a sociedade". Neste momento, dizem que “o governo tenta ressuscitar a ideologia nacionalista de outros tempos”.
   Buscam impor o conceito de que “nacionalismo é ruim”. E trazem, como única crítica ao nacionalismo, o fato de ser “de outros tempos”. Além de ser um preconceito contra o velho, chega a ser engraçado, porque princípios liberais estão nos [antigos] textos de Adam Smith (1723-1790).
   Aliás, seria bom reconhecermos que, graças ao nacionalismo, o Pré-Sal é nosso. Em primeiro lugar, porque o nacionalismo o descobriu. Em segundo lugar, porque foram visões nacionalistas de órgãos do governo brasileiro que lutaram para o estabelecimento da “Zona Econômica Exclusiva de 200 milhas”, onde se encontra mais de 90% do nosso Pré-Sal. E a conquistaram junto às Nações Unidas.”

FONTE: escrito por Paulo Metri e veiculado pelo “Correio da Cidadania”. O autor é conselheiro da Federação Brasileira de Associações de Engenheiros e do Clube de Engenharia. Artigo transcrito no portal “Viomundo”  (http://www.viomundo.com.br/denuncias/paulo-metri-inaugurada-a-temporada-de-caca-ao-petroleo-brasileiro.html). [Imagem do Google e trechos entre colchetes adicionados por este blog ‘democracia&política’].
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